“Nuestro objetivo final es nada menos que lograr la integración del cine latinoamericano. Así de simple, y así de desmesurado”.
Gabriel García Márquez
Presidente (1927-2014)

CRITICA


  • Selton é o cara. "O Cheiro do Ralo" é o filme
    Por Erika Liporaci

    "Lourenço enriqueceu comprando objetos usados de pessoas em dificuldades financeiras. Com o tempo, desenvolveu um prazer mórbido em torturar seus clientes: quanto mais desesperada a pessoa, mais ele se compraz em pagar abaixo do valor dos objetos. Encastelado em sua frieza, Lourenço só deixa entrever algum sinal de humanidade diante de uma simplória atendente da lanchonete que freqüenta todos os dias. Mas, para perturbar ainda mais sua mente doentia, há o incontrolável fedor que emana de um ralo entupido no banheiro do escritório.
    Dois anos depois de apresentar o bom e pouco visto "Nina", Heitor Dhalia radicaliza ainda mais e estréia um novo longa na Première Brasil. Embora sejam filmes totalmente diferentes, ambos mostram um protagonista levado à loucura pela solidão auto-imposta. Tanto Nina como Lourenço são personagens tragados por um abismo que eles mesmos cavaram para separá-los do resto do mundo. Lourenço passou tanto tempo colocando preço nas coisas - e tentando desvalorizá-las - que se tornou alguém cuja única moeda de troca é o dinheiro. Lourenço não conquista, compra. Tudo que ele quer é estabelecer um preço para o que deseja. Por isso é tão interessante a obsessão dele em explicar a todos que o cheiro pútrido que invade seu escritório vem do ralo e não da sua pessoa nefasta, como se isso o tornasse mais digno. O ralo, como metáfora perfeita do Mal, da degradação, da podridão que ele quer negar, mas que o persegue e domina. Um fascinante mergulho num universo surrealista, onde o escritório de Lourenço se assemelha a uma versão pós-moderna do labirinto de Creta (resta saber quem seria o Minotauro, ele ou o ralo).

    Por tudo isso, "O Cheiro do Ralo" é um filme diferente, ousado e muito singular. Os diálogos são instigantes, engraçados, provocantes. Mas talvez não funcionassem tão bem na boca de outro ator. Vale ressaltar que grande parte do mérito cabe a Selton Mello, já que é impossível imaginar outro ator no papel de Lourenço. Selton é o cara. "O Cheiro do Ralo" é o filme. Não tem pra mais ninguém."


    (Fuente: Adoro Cinema)



    Más información en: adorocinema.cidadeinternet.com.br


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